quinta-feira, 4 de agosto de 2022

O moço do manto marrom - FEPARANÁ



O moço do manto marrom

 

Narra João, o quarto cronista  da Boa Nova, no capítulo 21, versículo 25  do seu Evangelho que: Muitas outras coisas, porém, há ainda que fez Jesus; as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que delas se houvessem de escrever.

 

Marcos escreve, em seu capítulo 9:37 a 39, a respeito da atitude de João ordenando a um homem que parasse de cuidar obsedados, em nome de Jesus, porque não pertencia ao círculo do Nazareno.

 

É Léon Tolstoi que realiza o resgate da personagem, através da psicografia abençoada de Yvonne Pereira, narrando-nos que, mesmo muito jovem, aquele personagem era visto a seguir Jesus, onde quer que Ele se encontrasse.

 

Moreno, de olhos cinzentos e sonhadores, cabelos negros e abundantes que iam até à altura do pescoço, barba pequena, negra como a cabeleira, sempre tratada e limpa, vestia uma túnica de algodão azul escuro, alpercatas gregas e um manto marrom.

 

A tiracolo trazia, de um lado, um saco de couro de carneiro onde guardava, envoltos em retalhos de linho muito alvo, dois roletes de madeira, espécie de carretéis, um deles sempre suprido com papiros, utilizados para a escrita pelos intelectuais da época, conforme o uso grego; estiletes, sais coloridos e uma espécie de flauta, um  pífano. Do outro lado, em outro saco trazia um alaúde.

 

Ele era visto sempre sozinho. Jamais falava, e difícil seria dizer de sua nacionalidade. Poderia ser egípcio, não fosse a cor dos olhos. Talvez fosse mesmo grego, dadas as particularidades dos apetrechos para a escrita.

 

Seguindo Jesus, o moço do manto marrom procurava se sentar, no chão, ou em um banco improvisado com uma pedra, ou na soleira de uma porta e punha-se a escrever o que ouvia.

 

À noite, na pensão modesta a que se recolhesse ou no celeiro de alguma casa particular, ele desenrolava os papiros e, à luz de uma candeia de azeite, tudo relia. Estudava mesmo, até alta madrugada, fazendo anotações, comentários em outros retalhos de papiros ou peles de ovelhas, colecionando tudo caprichosamente. É como se, em sua mente, já se estivesse delineando algo que surgiria bem mais tarde, o livro.

 

Muito erudito, escrevia em grego, aramaico ou latim, e por vezes, compunha versos, acerca do que ouvira e vira, pois mais de uma vez presenciou as extraordinárias curas realizadas pelo Meigo Rabi.


Ele estava presente, quando o chefe da sinagoga de Cafarnaum procurou Jesus, suplicando-lhe ir à sua casa, pois sua filha, menina de doze anos, estava presa de febre violenta.

 

Assistiu, assim, à cura da mulher portadora de terríveis hemorragias. Jesus, então empurrado daqui e dali, aproximou-se tanto do jovem, nessa oportunidade, que o Seu manto lhe roçou o rosto. Emocionado, o moço tomou da ponta do manto e ali depositou um ósculo de veneração.

 

O Nazareno voltou-Se, fitou-o em silêncio e pousou, por um único instante, Sua mão sobre a cabeça do moço, abençoando-o. Os dois olhares se cruzaram. Nenhuma palavra foi pronunciada.

 

Logo mais, o alarido festivo anunciava que a filha de Jairo estava curada. Ali mesmo, o jovem retirou o tubo de estiletes, os carretéis com os papiros, os sais coloridos e escreveu sobre o que presenciara.

 

Alguns dias depois, estando em uma praça aguardando a vinda de Jesus, o moço começou a observar a quase multidão que também ali esperava. Por onde andariam Jesus e os Apóstolos?

 

Possivelmente em outra localidade, esparzindo bênçãos. Mas ali, os doentes começaram a ficar impacientes. Havia gemidos de um lado, queixas de outro.

 

Finalmente, em torno do meio-dia, tomado de profunda compaixão, o moço se levantou da sombra da videira, onde estava assentado, desde o alvorecer, e aproximou-se de um daqueles endemoninhados em convulsão. Colocou sua mão sobre a cabeça do pobre homem e exclamou:

 

Em nome de Jesus Nazareno, o Filho de Deus vivo, retira-te deste homem e vai em paz!1

 

O doente ainda rolou pelo chão, gritou roucamente. Finalmente, surpreso, parecendo acordar de um pesadelo, se ergueu, um tanto envergonhado, limpou a poeira da túnica e se foi. Estava curado.

 

O restante daquele dia foi dedicado todo a curas de obsedados. Parecia ser a especialidade daquele moço. Nos dias seguintes, ele continuou. Foi então que João, em presenciando a sua tarefa, lhe proíbe de continuar, visto  não pertencer ao grupo de Jesus, não ser um dos Apóstolos.

 

Estranhamente, não demorou muito a que o mesmo João retornasse a ele, desculpando-se humildemente e participando-lhe que continuasse no seu ministério. O próprio Mestre, informou, o autorizava , mesmo não gozando ele da intimidade dos verdadeiros discípulos, pois reconhecia nele um amigo digno de confiança...1

 

Vieram depois os dias tristes da prisão e morte do Divino Amigo. Sete dias se tinham passado. O jovem acabara de escrever sobre as notícias da ressurreição tão falada. Cansado de escrever, de ler e de chorar, adormeceu e sonhou.

 

Sonhou que Jesus o visitava em seu pobre albergue, radioso, e lhe pedia que tratasse de curar também as almas, não somente os corpos, eis que essas são eternas.

 

Assim, o moço do manto marrom passou a atrair crianças e jovens para perto de si, através da música. Tocava melodias doces em sua flauta e, quando se via rodeado, dizia que se sentassem, porque ele tinha histórias muito lindas para contar. Histórias de um Príncipe que descera dos Céus.

 

E ele narrava o que vira e ouvira. Depois declamava ou cantava seus versos, que falavam das verdades eternas, revelando-se emérito professor e educador.

 

Durante o dia trabalhava remendando mantos e túnicas, carregando água e cestos de compras,  levando camelos e cavalos de estrangeiros a beberem e para serem lavados. Pela manhã e ao cair do crepúsculo, dava suas aulas.

 

Aos discípulos interessados presenteava uma cópia das suas anotações sobre o Nazareno e Sua Boa Nova.

 

Quando reconhecia que seus ouvintes haviam assimilado as lições, partia para outras terras. Na sua velhice, foi visto na cidade dos Césares, ainda de olhos sonhadores, tocando velhas melodias em seu pífano, ou recitando e cantando lindos poemas ao som de seu alaúde. Poemas que falavam de um Príncipe que abandonara temporariamente as estrelas para ensinar aos homens a Lei de Amor.

 

Nunca ninguém lhe registrou o nome. Na juventude, chamavam-no Moço. Na velhice, Avozinho.

 

Personagem grandiosa, trabalhador da Seara de Jesus, a ele se refere o Evangelho com rapidez. No entanto, seu nome está escrito no Livro dos Céus, pelo desempenho da grande tarefa: amar a Deus, ao próximo e ao Evangelho do Mestre de Nazaré.

 

01.PEREIRA, Yvonne A. O discípulo anônimo. In:___. Ressurreição e vida. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1965.  

02.SALGADO, Plínio. A planície. In:___. Vida de Jesus. 21. ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1978. pt. 4, cap. 49..


FONTE

FEPARANA. Disponível em <http://www.feparana.com.br/topico/?topico=2520> http://www.feparana.com.br/topico/?topico=2520. Acesso : 4 AG 2022.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Mediunidade e Autocura - Leonardo Pereira






Mediunidade e Autocura 



A mediunidade é faculdade orgânica de que todos nós, em graus diferentes, somos portadores. 


Kardec, o mestre de Lion, nos esclarece, contudo, que essa denominação aplica-se aquele a que a faculdade se apresenta “bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes...” (1) .  


Assim, não um dom, pois todos a possuímos. 


Nem um privilégio.


As classificações de médiuns e mediunidade variam muito. 


Guardam relação com os compromissos assumidos no mundo espiritual e com o progresso individual de cada criatura.


Conquanto os médiuns sejam classificados em dois grupos ─ de efeitos físicos e de efeitos intelectuais ─ médiuns com faculdades semelhantes apresentam inúmeras diferenças quanto à sua aplicação ou ostensividade. 


Tudo depende de um organismo mais ou menos sensível, conforme ensina Kardec.







A árvore da mediunidade



Costumo explicar a mediunidade comparando-a a uma árvore ─ ‘a árvore da mediunidade’.


Para entendermos isso, vamos imaginar que a raiz seja formada de duas palavras: sensitivo e impressionável. 


Todos nós somos sensitivos e impressionáveis.


 A raiz ─ é a fonte principal de alimentação de toda a árvore; onde tudo começa. 

Seguindo esse raciocínio, encontramos o princípio pelo qual Kardec define que todos são médiuns, tendo em vista que em diversos momentos recebemos as impressões, mas quase sempre não as compreendemos. 


Isso resulta em sensações diversas como, por exemplo, arrepios, calafrios, de que alguem está no local conosco, ou que alguem passou por nós, etc.


No caule ─ encontramos a inspiração e a intuição. 


Todos nós, mesmo quando não pensamos ou raciocinamos em torno da inspiração ou da intuição, sempre estamos sendo inspirados ou intuidos, para o bem ou para o mal. 


Na maioria das vezes, julgamos serem nossas todas as idéias, sejam elas de grande ou pequena monta. 


É um fator de tal ordem, que Kardec, ao questionar os Espíritos Codificadores sobre esse tema ─ “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? ─ teve como resposta: “Muito mais do que imaginais”. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vós dirigem” (2) .


Os diversos galhos ─ são as várias faculdades mediúnicas que Kardec define como “de efeitos patentes”, em que nos especializamos para desempenhar nossa tarefa evolutiva na terra. Ex.: psicofonia, psicografia, psicopraxia (3) , clarividência, clariaudiência e outras tantas.







A mente e os fenômenos mediúnicos


Salientamos que a mente é a base de todos os fenômenos mediúnicos. 


Períspirito a períspirito nos conectamos. 


O pensamento e a vontade são os agentes dessa conexão e facultam o intercâmbio entre os dois mundos: o físico e o espiritual.


Ao emitirmos um pensamento, ele reflete em nosso períspirito, e outros Espíritos o podem ler como se fosse em um livro (4) . 


Diríamos até que, diante do avanço tecnológico, Espíritos de nossa ordem, como também os mais evoluídos, veriam o nosso pensamento como em uma televisão de plasma. 


Essa emanação de ondas mentais, no entanto, pode atrair ou repelir, refletindo uma lei universal: a lei de afinidade.





O complexo pineal


Mergulhados no Éter Divino nos movemos e respiramos. 

A física quântica nos mostra a realidade das redes de conexão universal onde tudo está em tudo, razão pela qual estamos intimamente interligados.


Os dois mundos ─ o físico e o espiritual ─ são separados por estados vibratórios diferentes. 


Quanto ao mundo espiritual, podemos, através da sensibilidade mediúnica, percebê-lo e com ele estabelecer contato.






Em constante comunicação, através do complexo pineal (essa ‘antena’ potente e muitas vezes despercebida em nossas experiências reencarnatorias) (5) , captamos, emitimos, atraímos ou repelimos ondas mentais, de acordo com os nossos pensamentos, nos processos de vibração e sintonia. 


E mesmo que não identifiquemos a sua existência, ela existe e é responsável pela faculdade mediúnica. 


Nela reside a plataforma orgânica da mediunidade.


Em essência, somos o que pensamos. 


E o que pensamos constitui a nossa plataforma mental de contato com o plano espiritual. 




Daí resultam as assimilações de correntes mentais, muitas vezes doentias, pois, não rara vezes, estamos doentes da alma, enfermos da raiva, da mágoa, do orgulho, da vaidade, presos aos laços da matéria ou grudados nela pelo apego aos bens terrenos e pelo desejo de posse.


Entretanto, não obstante vivermos ainda instintos primários e adorarmos as sensações, estamos trilhando o campo dos sentimentos, na busca do Amor, tão decantado e tão desconhecido.



Construímos, então, a felicidade ou a infelicidade de acordo com o mundo mental em que nos situamos. 


Quanto a isso, destacamos, mais uma vez, o papel do complexo pineal, que, além de emitir e receber ondas mentais, as transforma em reações neuroquímicas, despejando em nosso organismo o fruto mental de nossas escolhas.


 Por isso, doente não cura doente. 


Curar alguém significa, primeiro, buscar a nossa cura, ou, no mínimo, estar em processo de renovação constante, que engloba reforma íntima, mudança de hábitos, renovação de pensamento, auto amor, auto perdão, resignação, o exercício do bem e a prática das várias expressões da Caridade, na Terra e no além.







A cura e o poder da vontade



Por oportuno, lembremo-nos do episódio da cura do paralitico (Lucas 5-18:24):



 “Alguns homens transportaram o paralítico numa cama e procuravam fazê-lo entrar. 


Não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e, por entre as telhas, o baixaram com a cama, até ao meio, diante de Jesus. 


E, vendo Ele a fé deles, disse-lhe: Homem, os teus pecados te são perdoados. 


[...] Que arrazoais em vossos corações? Qual é mais fácil? dizer: Os teus pecados te são perdoados; ou dizer: Levanta-te, e anda? 


Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa. E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus. [...]”.


Como vemos o poder da vontade, aliado ao conhecimento, pode operar o que o vulgo chama de “verdadeiros milagres”. 


Como em nossa doutrina, segundo a lógica dos fluidos, o milagre não encontra espaço nem ressonância, isso ficaria apenas no campo do acaso. 


Mas o bom senso nos manda estudar as energias, conhecer a intimidade dos fluidos, averiguar e esmiuçar o fenômeno da mediunidade, com o intento de entender o espírito, o períspirito e o corpo físico.


O melhor médium é sempre aquele que mais se conhece; o que busca, inquire e quer saber de sí mesmo. 


O “conhece-te a ti mesmo” (atribuído aos Sete Sábios - 650 a.c. - 550 a.C.), inscrito no portal do oráculo de Delfos, já revelava a necessidade de autoconhecimento em nosso processo evolutivo. 


Conhecendo-nos, seremos capazes de discernir o que é e o que não é nosso, o que, nesse campo intrínseco da fenomenologia medianímica, é deveras importante.


E assim, envolvidos no campo da ciência espírita, mobilizados pela sua filosofia e pela imensidão de questionamentos concernentes à vida e sua amplitude metafisica, somos convocados, pela Sabedoria Divina, a desenvolver o reino dos céus que está dentro de nós.


Para tal propósito, no entanto, devem estar em nossa linha de ação o auto amor e a auto iluminação, para que esse reino se exteriorize em nossas relações do dia-a-dia, abrangendo tudo e todos à nossa volta, transformando-nos e transformando o mundo.


Eis aí o sentido da religião espírita, a ligação com Deus, fazendo-nos parte ativa do seu reino.


 Que brilhe a vossa luz! 

Leonardo Pereira


(Orador Espírita e trabalhador do Grupo Lamartine Palhano JR. em Goiabeiras).

Contato: leonardopereira2@yahoo.com.br




(1) - O Livro dos Médiuns (Allan Kardec) - Cap. XIX – Dos Médiuns – item 159.
(2) - O Livro dos Espíritos(Allan Kardec) -Parte 2ª – Cap. IX – questão 459.
(3) - Dicionário de Filosofia Espírita – Lamartine Palhano Jr.
(4) - A Gênese ( Allan Kardec) - Cap. XIV – item 15.
(5) - Dr. Sergio Felipe / Estudos sobre a glândula pineal – matéria sobre Medicina e Espiritualidade. (USP) Universidade de São Paulo.


Foto banco de imagens google




domingo, 21 de setembro de 2014

Mediunidade com Jesus - Manoel Philomeno de Miranda







Mediunidade com Jesus


Manoel Philomeno de Miranda





" A mediunidade com Jesus é ponte sublime por onde transitam as mais elevadas expressões do pensamento divino entre os homens.


Fonte inexaurível de recursos transcendentes, flui e reflui exuberante, dessedentando, banhando de forças e de paz.


Das suas nascentes superiores procedem a inspiração e o
alento, as energias que sustentam nos momentos cruciantes do martírio e dos testemunhos sacrificiais.


Pelo seu conduto falam os Céus aos homens, responde o Pai às súplicas vertidas na oração, a misericórdia balsamiza chagas e impele à santificação da Caridade.


O apóstolo, o missionário, o santo de qualquer ministério e realização por ela conseguem os vislumbres e antevisões, os sonhos e os arroubos, as instruções e os apelos elevados que os impulsionam ao avanço, à realização, aos objetivos nobres, apesar dos motejadores, perturbadores e adversários que se lhes colocam à frente, ameaçadores...


Médium de Deus, dignificou-a Jesus Cristo, elevando-a à sua mais  sublime condição.


Descuidada, porém, converte-se em furna de sombras e males  incontáveis, que terminam por derrotar o mordomo leviano que a desrespeita.


Ao abandono faz-se porta de acesso a alienações incontáveis e enfermidades fisiológicas de diagnose difícil.


Percepção do espírito, através do perispírito nas suas tecelagens mui sutis, com as vibrações com que sintoniza, fazendo-se claro sol ou pesada noite nas paisagens da vida.


Edificá-la com sacrifício e preservá-la dos ladrões, dos vícios de toda ordem que atraem as Entidades perniciosas, que a desnaturam e embrutecem, é obrigação do homem decidido, do cristão consciente."





FRANCO. Divaldo Pereira pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Do Livro Grilhões Partidos.

As Equipes Mediúnicas Espíritas - José Ferraz





As Equipes Mediúnicas Espíritas 

José Ferraz




As atividades das equipes mediúnicas nos Centros Espíritas são de fundamental importância para a solução de problemas psíquicos, desenvolvimento, educação da personalidade mediúnica e atendimento desobsessivo dos seus integrantes com uma perspectiva socorrista para os Espíritos sofredores e perturbadores que renteiam na esfera de ação dos encarnados.


Todas as Instituições espíritas precisam destas atividades para manterem inclusive a coesão de pensamento nos ideais de enobrecimento das criaturas humanas, que se propõem a trabalhar pela causa do amor ao próximo e sofrem as investidas de Espíritos malévolos, empenhados em criar desentendimentos e malquerenças nas hostes espiritistas.


Por esta razão, o bom senso recomenda que a prioridade na composição da primeira equipe mediúnica, de qualquer Centro espírita, deve recair sobre aqueles que fazem parte da Diretoria em exercício, presumindo-se que todos esses possuam conhecimento doutrinário razoável, vida moral sadia e estejam integrados às tarefas de promoção humana.


Sem convites precipitados, os encarregados do Departamento Doutrinário aguardam as solicitações dos frequentadores das reuniões públicas doutrinárias, integrados na Instituição, para receberem a permissão depois do estudo prévio de O Livro dos Médiuns, a fim de se incorporarem aos grupos mediúnicos espíritas analisando-se cada caso com um critério de seleção cuidadoso, com bases nas diretrizes exaradas nas diretrizes traçadas por Allan Kardec, antes de conceder-se a necessária autorização.


O dirigente encarnado que será o representante no plano físico do Mentor espiritual da equipe deve ser preferencialmente, um elemento que faça parte da Diretoria executiva ou então alguém de inteira confiança dela, devendo preencher os requisitos mínimos para o desempenho da função, notadamente o conhecimento teórico sobre a mediunidade, características de liderança natural, e ascendência moral na convivência com os encarnados, refletindo nos desencarnados.


No seu impedimento, não existindo um substituto devidamente credenciado pelo titular, não é recomendável que se processe a parte prática do intercâmbio espiritual.


Nesses casos as leituras preparatórias serão realizadas normalmente, com posterior conversação edificante sobre as questões lidas, com os cuidados compreensíveis para evitar-se polêmicas, finalizando-se as atividades com vibrações salutares e a prece de encerramento.


No transcorrer destas atividades, os Orientadores espirituais farão o atendimento aos Espíritos sofredores programados, no nível do plano espiritual com os recursos energéticos simultâneos, do plano físico e extra físico.


Na hipótese de um grupo iniciante, sem médiuns ostensivos atuantes, as atividades devem tomar um caráter de estudo sistemático das obras básicas do Espiritismo, notadamente de O Livro dos Médiuns, desdobradas através de comentários objetivos e resumidos, devendo-se evitar a dinâmica discursiva e desnecessária.


No final dos estudos reservar alguns minutos para aclimatação daqueles possuidores da faculdade em afloramento, para uma convivência mental mais estreita com os Espíritos sofredores trazidos pelos Orientadores no plano extrafisico para um atendimento de enfermagem espiritual. 


Quando os médiuns atuantes iniciarem as comunicações com frequência, deve-se suspender o estudo sistemático passando somente para as leituras preparatórias sem necessidade de comentários.


Sobre o número de pessoas que devem compor as equipes mediúnicas existem variadas opiniões de estudiosos encarnados e desencarnados. Todavia, caberá ao dirigente encarnado dimensionar a quantidade ideal de participantes para a formação de um grupo bem afinado.


Seria conveniente elaborar-se um regulamento interno, consultando o capítulo específico existente em O Livro dos Médiuns e em outras obras de autores confiáveis para as normas disciplinares a serem seguidas de referência: a assiduidade, o número de comunicações dadas por cada médium, e outros detalhes que ficarão a cargo do encarregado do Departamento Doutrinário da Instituição.


Importante frisar que o êxito dos trabalhos com a participação da equipe espiritual vai depender da postura pessoal dos seus integrantes encarnados. 


Imprescindível uma preparação antecipada, principalmente na conduta mental e moral, cuidados alimentar, de repouso físico para relaxar as tensões físicas e psicológicas, provenientes das atividades cotidianas.



Fonte

Rede Amigo Espírita . Artigo da Autoria de José Ferraz, trabalhador da Mansão do Caminho, Salvador/Ba e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda.



domingo, 24 de agosto de 2014

O Poder da Oração - Manoel Philomeno de Miranda




O Poder da Oração


Manoel  Philomeno de Miranda


O cérebro, este dínamo gerador de energia psíquica, é também fonte de exteriorização que se espraia, facultando a vitalização ou desequilíbrio na área que focaliza.


Externando-se através do pensamento, este se lhe torna o veículo que a potencializa e direciona.


Quanto maior for a intensidade mental da idéia, mais poderosa se apresenta a onda em que se movimenta.


Em face dessa realidade, o cultivo dos pensamentos edificantes, pela constituição vibratória de que se reveste, estimula os neurônios cerebrais que produzem substâncias saudáveis e processamentos eletroquímicos, que facilitam as sinapses e viajam pelo sistema circulatório, vitalizando as células e auxiliando-as no processo de mitose harmônica.


Quando estão carregados de pessimismo ou malquerença, de ressentimentos e ódios, produzem moléculas que são eliminadas pelos mesmos neurônios com alto poder destrutivo, que perturbam as comunicações e se alojam no sistema nervoso central e no endócrino, afetando o de natureza imunológica, naquele indivíduo que prossegue na emissão de mensagens tóxicas e perturbadoras, às vezes atingindo a pessoa que esta na mira da sua revolta.


O ato da oração é constituído pelo fixar dos pensamentos nobres e aspirações superiores, produzindo ondas carregadas de amor e de harmonia que mantêm em grande atividade os centros nervosos, que se alimentam de forças e, de imediato exteriorizam as vibrações que atraem os bons espíritos, que acorrem para ajudar, ao tempo em que as canalizam no rumo das Esferas superiores onde são captadas para análise imediata.


Em face do seu conteúdo especial, são potencializadas e retornam ao emissor, proporcionando-lhe vitalização e alegria.


Pode, dessa forma, a oração ser encaminhada aos Centros espirituais de captação para análise de conteúdo ou direcionar-se para os objetivos a que se destina.


Por isso, a oração pode ser de louvor, quando se expressa em hinos de alegria e de homenagem ao criador, à vida, às ocorrências existenciais; de rogativa, quando revestida pela necessidade que pode ser socorrida pelo Divino Poder, não apenas por quem ora, assim como em favor daquele por quem se intercede, e de gratidão, transformada em júbilo pelo que se tem logrado ou ainda não conseguiu...


A oração inunda de emoções superiores o ser que se lhe entrega ao ministério.


Quando é a favor do próximo, encarnado ou no plano espiritual, alcança-o como uma onda de paz, que favorece a reflexão, o despertar da consciência para a responsabilidade, o diminuir das aflições, ensejando o prosseguimento a partir desse momento com diferente disposição emocional e psíquica.


Mesmo quando o beneficiário ignora o recurso que lhe é direcionado, ainda assim é alcançado pela emissão vibratória e experimenta alteração para melhor no quadro do comportamento em que se encontra.


Se conhecedor do benefício, gerando sintonia mental, mais se robustece de recursos valiosos, que se transformam em bem-estar, saúde e paz.


Enfermos terminais uns, portadores de doenças degenerativas outros, de distúrbios psicológicos ou psiquiátricos diversos, quando envolvidos pelas ondas benéficas da oração, experimentam sensações favoráveis que, se utilizadas de forma edificante, podem modificar a situação em que se encontram, reiniciando os processos de recuperação ou de diminuição dos seus sofrimentos.


Os desencarnados, por sua vez, sentindo-se recordados e queridos, ao captarem a onda mental que lhes é direcionada, têm diminuídas as angústias e perturbações, reconsiderando a situação em que se encontram e se reanimando, desse modo adquirindo forças e valor para superarem as dificuldades que os afligem, frutos amargos da insensatez a que se entregaram anteriormente.


A onda mental da oração cinde a densa camada da psicosfera deletéria onde respiram aqueles a quem é enviada a mensagem de amor, e qual um raio vigoroso deixa a claridade da sua presença e descarga de energia benéfica de que se faz portadora.


Não elimina, certamente, os débitos, nem seria justo que assim acontecesse, também não impede o insucesso, mas oferece serenidade e confiança para o enfrentamento dos efeitos perniciosos dos atos transatos, trabalhando em favor da mudança da paisagem, que se nimba de diferente conteúdo propiciador de paz e de vitória que devem ser alcançadas, a partir de então.


Simultaneamente, aquele que ora se potencializa e irradia ondas de harmonia que envolvem a tudo e a todos quantos lhe estão no campo psíquico ou emocional.


Animais e plantas captam as ondas mentais que lhe são dirigidas, refletindo no comportamento os efeitos saudáveis ou danosos do tipo de vibrações de que se constituem.


No momento em que a criatura humana se conscientizar do poder da oração ou do pensamento nobre, o planeta será beneficiado pela emissão individual e coletiva de orações para recuperá-lo após todas as agressões que tem sofrido pela imprevidência e loucura dos seus habitantes, tornando-se abençoado reduto de regeneração, ao invés de oficina de dolorosas provas e expiações.


O pensamento, portanto, vinculado a Deus, ao bem, ao amor, ao desejo sincero de ajudar, eis a oração que todos podem e devem utilizar, a fim de que a felicidade se instale por definitivo nos corações.


Por isso que as formas e as fórmulas utilizadas para a oração se fazem secundárias, sendo indispensável a intenção do orante, cujo propósito estimula o dínamo cerebral a liberar a onda psíquica vigorosa que lhe conduzirá a aspiração.


O hábito de orar, a constância da oração, a elevação do pensamento se transformarão em um estado especial de equilíbrio espiritual, que sustentará o ser em todas e quaisquer ocasiões da sua existência.


Isto, porque, oração é vida, e com Jesus é vida em abundância...



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito  Manoel  Philomeno de Miranda.